No final de janeiro, o casal Tiago Leifert e Daiana Garbin comoveu todo Brasil ao anunciar que a filha Lua, de apenas um ano e três meses, foi diagnosticada com retinoblastoma, um raro câncer de olho. De acordo com o Conselho Brasileiro de Oftalmologia e a Sociedade Brasileira de Oftalmologia Pediátrica, a doença tem cura.
Segundo o oftalmologista Alexandre Ventura, diretor do Instituto de Olhos Fernando Ventura, assim que a criança nasce é preciso fazer um exame, o chamado Teste do Olhinho. Para combater qualquer doença, a precocidade da descoberta é importantíssima.
“Esse teste deve ser feito, de preferência, ao nascimento, se possível na maternidade. O acompanhamento de toda criança deve ser feito com o pediatra e o oftalmo pediatra. É necessário pelo menos uma consulta no primeiro ano de vida. No caso da Lua, Leifert percebeu por uma foto. Nossa retina transmite um reflexo vermelho, uniforme. No caso de opacidade no olho, ele vai dar uma alteração de coloração. Um dos sinais de que algo está errado é quando fica com a cor branca”, explicou Ventura. Outras dúvidas, com respostas do oftalmologista Alexandre Ventura:
Leifert também percebeu que a filha olhava meio de lado. Por que isso ocorre?
“Esse é um dos sinais de que algo de errado está acontecendo. A fixação do olhar deve ser uniforme nos dois olhos. Ela tentou desviar o olhar para focar com outra parte da retina, buscando uma área do olho que não tivesse com o problema. Esse desvio é chamado de estrabismo”.
Sobre o câncer
“Geralmente se desenvolve no primeiro ano de vida. Sendo no primeiro ano, será um câncer mais grave, podendo ser bilateral ou trilateral, comprometendo células primitivas do cérebro. Mas ele se desenvolve até 5 anos de idade. Desenvolvendo mais tarde, ele torna-se um câncer mais brando. Mas infelizmente é um câncer maligno, que precisa de acompanhamento e tratamento específicos”.
Tratamento
“Depende do tamanho do tumor. Os menores podem ser tratados com laser, crioterapia (congelamento da massa tumoral), ou até a cirurgia, com a remoção intraocular. Em outros casos, a quimioterapia é necessária. Ela é uma ‘bomba’ para matar o tumor, mas hoje conseguimos quimios direcionadas, através de intervenção cirúrgica”.
Origem da doença
“Não tem um fator de risco sobre a origem da doença. Os tumores nos primeiros anos de vida costumam ter origem genética. Existem alterações de mutação de células de retina que vão proliferar”.
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